terça-feira, 5 de agosto de 2008

As pequenas gavetas do amor...

Se for preciso, irei buscar um sol


para falar de nós:


ao ponto mais longínquo


do verso mais remoto que te fiz


Devagar, meu amor, se for preciso,


cobrirei este chão


de estrelas mais brilhantes


que a mais constelação,


para que as mãos depois sejam tão


brandas


como as desta tarde


Na memória mais funda guardarei


em pequenas gavetas


palavras e olhares, se for preciso:


tão minúsculos centros


de cheiros e sabores


Só não trarei o resto


da ternura em resto esta tarde,


que nem nos foi preciso:


no fundo do amor, tenho-a comigo.


quando a quiseres.



Ana Luísa do Amaral

Sem comentários: