"As palavras fazem um efeito na boca e outro nos ouvidos."
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Aquilo que se sente...
O Medo...
Sim medo,
m-e-d-o, com todas as letras,
ME – DO
de ter perder,
de te cansares, de mim,
de partires,
de me deixares,
de te seapaixonares,
desiludires,
decepcionares.
De renunciares.
De não te ter, para sempre.
Medo, medo, medo.
Mas depois…
Depois abraço-te,
(ou tu abraças-me),
beijo-te,
(ou tu beijas-me),
olho-te nos olhos,
(ou tu olhas nos meus),
e ele foge,
esconde-se,
desaparece,não exite,
não se sente,
nem se escreve,
letras mortas caídas no chão,
varridos com o lixo,
substituídas por outras, amor,
A-M-O-R
José Leonardo
Só agora começo a entender...
Porque os verdadeiros, os autênticos, são afinal seres humanos invulgarmente belos e perfeitos. Amamo-los. Perseguimo-los. Desejamo-los. E não descobrimos nunca a verdade que neles se oculta. Só agora começo a entender….”
Guilherme de Melo
Pensamento...
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
A alma do amor...
“ Quando um homem, quer tenda para os rapazes ou para as mulheres, encontra aquele mesmo que é a sua metade, é um prodígio como os transportes de ternura, confiança e amor os tomam.
Eles não desejariam mais separar-se, nem por um só instante. E pensar que há pessoas que passam a vida toda juntas, sem poder dizer, diga-se de passagem, o que uma espera da outra; pois não parece que seja o prazer dos sentidos que lhes faça encontrar tanto encanto na companhia uma da outra.
É evidente que a alma de ambas deseja outra coisa, que não pode dizer, mas que adivinha e deixa adivinhar. “
Platão
Antítese perfeita...
Allan Julianelli
Pensamento...
O que pode arder durante anos sem fim ?
Uma pedra pode desenvolver-se sem chuva,
mas apenas o amor pode arder
durante anos sem fim.
Sabina spielrein
domingo, 10 de agosto de 2008
Conto de fadas...
Pensamento...
sábado, 9 de agosto de 2008
Esperança...
engana
Pensamento...
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Amores infelizes...
de grandes palavras irremediáveis:sempre...nunca...,
de beijos nos olhos húmidos e nas frontes enrugadas,
de mãos nas mãos e nada mais...
Amor de longas confidências ao luar e às estrelas,
de ciúmes que fazem insónias e sonetos pessimistas,
de aventurosos planos que se sabe impossíveis,
de perigos pneumónicos nas noites chuvosas, sob uma
janela...
Amor de olhar as águas rápidas e nocturnas do rio
fundo,
com pensamentos românticos de suicídio fatal,
sentindo já no corpo o frio arrepiante da morte...
Amor de ir à igreja, depois, em manhã clara de
Primavera,
e de acabar num hábito suportável e tranquilo...
Alberto de Serpa
Há dias...
Pensamento...
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Lembra-te...
Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizontee que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos
Mário Cesariny
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Ser feliz...
Momentos que o fim torna rídiculos. A felicidade, como o amor, é um sentimento ridículo.
Mas a felicidade, como o amor, só é ridícula quando vista de fora.
A felicidade, como o amor, só é ridícula antes ou depois de si própria. A felicidade são momentos que, no seu presente fugaz, são mais fortes do que todas as sombras, todos os lugares frios, todos os arrependimentos.
Ser feliz em palavras que, durante essa respiração breve, mudam de sentido. E nem a forma do mundo é igual: o sangue tem a forma de luz, as pedras têm a forma de nuvens, os olhos têm a forma de rios, as mãos têm a forma de árvores, os lábios têm a forma de céu, ou de oceano visto da praia,ou de estrela a brilhar com toda a sua força infantil e a iluminar a noite como um coração pequeno de ave ou de criança.
Momentos que o fim torna ridículos.
Momemtos que fazem viver,esperando por um dia, depois de todas as desilusões, depois de todos os arrependimentos e fracassos, em que se possam viver de novo, para de novo chegar ao fim e de novo a esperança e de novo o fim.
Não se deve ter vergonha de se ser feliz por momentos.
Não se deve ter vergonha da memória de se ter sido feliz por momentos..."
José Luís Peixoto
Pensamento...
terça-feira, 5 de agosto de 2008
As pequenas gavetas do amor...
Se for preciso, irei buscar um sol
para falar de nós:
ao ponto mais longínquo
do verso mais remoto que te fiz
Devagar, meu amor, se for preciso,
cobrirei este chão
de estrelas mais brilhantes
que a mais constelação,
para que as mãos depois sejam tão
brandas
como as desta tarde
Na memória mais funda guardarei
em pequenas gavetas
palavras e olhares, se for preciso:
tão minúsculos centros
de cheiros e sabores
Só não trarei o resto
da ternura em resto esta tarde,
que nem nos foi preciso:
no fundo do amor, tenho-a comigo.
quando a quiseres.
Ana Luísa do Amaral
Brincas...
Subtil visitadora, chegas na flor e na água.
És mais do que a pequena cabeça branca que aperto
como um cacho entre as mãos todos os dias.
Com ninguém te pareces desde que eu te amo.
Deixa-me estender-te entre grinaldas amarelas.
Quem escreve o teu nome com letras de fumo entre as
estrelas do sul?
Ah, deixa-me lembrar como eras então, quando ainda
não existias.
Subitamente o vento uiva e bate à minha janela
fechada.
O céu é uma rede coalhada de peixes sombrios.
Aqui vêm soprar todos os ventos, todos.
Aqui despe-se a chuva.
Passam fugindo os pássaros.
O vento. O vento.
Eu só posso lutar contra a força dos homens.
O temporal amontoa folhas escuras
e solta todos os barcos que esta noite amarraram
ao céu.
Tu estás aqui. Ah tu não foges.
Tu responder-me-às até ao último grito.
Enrola-te a meu lado como se tivesses medo.
Porém mais que uma vez correu uma sombra estranha
pelos teus olhos.
Agora, agora também pequena, trazes-me madressilva,
e tens até os seios perfumados.
Enquanto o vento triste galopa matando borboletas
eu amo-te, e a minha alegria morde a tua boca de
ameixa.
O que te haverá doído acostumares-te a mim,
à minha alma selvagem e só, ao meu nome que todos
escorraçam.
Vimos arder tantas vezes a estrela d'alva beijando-
nos os olhos
e sobre as nossas cabeças destorcerem-se
os crepúsculos em leques
rodopiantes.
As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
Amei desde há que tempo o teu corpo de nácar moreno.
Creio-te mesmo dona do Universo.
Vou trazer-te das montanhas flores alegres,
"copihues",
avelãs escuras, e cestos silvestres de beijos.
Quero fazer contigo
o que a primavera faz com as cerejeiras.
Pablo Neruda
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Soneto de fidelidade...
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Até um dia meu anjo)
Vinìcius de Moraes
Pensamento...
domingo, 3 de agosto de 2008
Despertei...
Aquela hora em que o silêncio
Angélica Teresa Almstadter
Motivo da Rosa...
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
O Amor se foi...
Quisera que cessasse a melodia
Não houve tempo de clamor
Angélica Teresa Almstadter